A QUÍMICA DA FOSFOETANOLAMINA
Recentemente as atenções da população voltou-se para uma substância chamada FOSFOETANOLAMINA, uma molécula relativamente simples que despertou interesse em milhares de portadores de câncer. Muitos depoimentos nas redes sociais relatam melhoras ou até mesmo a erradicação completa da doença após o uso da substância.
A substância fosfoetanolamina foi estudada de forma independente pelo Prof. Dr. Gilberto Orivaldo Chierice, outrora ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros. Esses estudos independentes envolveram a metodologia de síntese da substância e contaram com a participação de outras pessoas, inclusive pessoas que não têm vínculo com a Universidade de São Paulo.

Um laboratório gaúcho, ligado ao governo do Estado, vai testar a eficácia da fosfoetanolamina, substância que seria eficaz na cura do câncer. O trabalho será desenvolvido pelo Laboratório Farmacêutico (Lafergs), ligado a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), com sede em Porto Alegre. Na noite desta quarta-feira (18), um termo de cooperação será assinado entre o Lafergs e o governo do Rio Grande do Sul.
Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões judiciais, a fosfoetanolamina é alardeada como cura para diversos tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos.
A ideia de testar a fosfoetanolamina não tem relação com a iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que, no dia 12 de novembro, anunciou um plano de trabalho para validar tecnicamente a molécula fosfoetanolamina. A ideia é que estudos sejam conduzidos por laboratórios que têm parcerias firmadas com o MCTI, além do Instituto Butantan e de institutos ligados ao Ministério da Saúde. A Universidade de São Paulo, ademais, não possui o acesso aos elementos técnico-científicos necessários para a produção da substância, cujo conhecimento é restrito ao docente aposentado e à sua equipe e é protegido por patentes (PI 0800463-3 e PI 0800460-9).
Na primeira patente observa-se na figura 14 a eficiência da substância na redução de metástases de células tumorais.

O mecanismo de ação da fosfoetanolamina consiste em "marcar" as células tumorais de maneira que essas fiquem visíveis para serem atacadas e destruídas por células NK. O vídeo abaixo apresenta uma animação bem interessante sobre o mecanismo de ação.
Fontes:
http://www5.iqsc.usp.br/esclarecimentos-a-sociedade/
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/11/laboratorio-gaucho-vai-testar-eficacia-da-fosfoetanolamina.html
http://www12.senado.gov.br/radio/1/noticia/especialistas-defendem-o-uso-da-fosfoetanolamina-no-combate-ao-cancer